segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Democracia eletrônica: participação dos excluídos?

 
Há diversos obstáculos para a construção da democracia eletrônica, dentre eles, um dos mais significativos é a necessidade de assegurar a participação dos excluídos neste processo.

É justamente a participação dos excluídos que confere legitimidade ao governo, fazendo com que este seja verdadeiramente um Estado Democrático de Direito. A discussão aqui retorna à raiz do problema que é o fato de não estarem garantidos os direitos sociais fundamentais de todo indivíduo, principalmente no que se refere à educação para o desenvolvimento do senso crítico e filosófico acerca da política.
Não obstante esta realidade, a ignorância do povo não pode servir como justificativa nem como pretexto para impedi-los de participar do processo e de exercer a sua cidadania de forma plena, sendo abominável qualquer pretensão no sentido de limitar esta participação.
A insurgência aqui manifestada é contra argumentos desprovidos de fundamentação sólida, tais como a falácia de que o povo não sabe o que é melhor para si ou que seria melhor uma "democracia" na qual o valor ou peso do voto do cidadão fosse correspondente ao nível de conhecimento do indivíduo que seria mensurado a partir dos anos de estudo.
Sob este prisma, percebe-se que o conceito de democracia já teria se dissipado há muito tempo porque, neste caso, as decisões seriam tomadas pela minoria da sociedade brasileira que detêm o conhecimento, além disso, uma vez que vivemos em um país marcado por desigualdades sociais onde a maioria da população não tem acesso à educação, não seria justo retirá-los também a cidadania, impedindo-os de exercê-la plenamente e em flagrante ofensa à Constituição Federal.



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