terça-feira, 1 de outubro de 2013

O mito da neutralidade da rede e o monitoramento eletrônico

Na sua origem, a Internet foi concebida como um instrumento estratégico para "vencer uma guerra". Funcionava como uma rede virtual de comunicação que propiciava a troca de informações durante a Guerra Fria. Assim, a "neutralidade da rede" não existia na época da sua concepção inicial, já que o seu acesso era restrito e, conforme já mencionado, a sua origem estava associada a fins bélicos.

O surgimento e a popularidade da Internet criaram um ambiente propício ao desenvolvimento do governo e da democracia eletrônica, e, também, favoreceram a possibilidade de obtenção de informações particulares através do espaço virtual, por meio de sistemas de vigilância e monitoramento das correspondências eletrônicas.

A internet sempre foi e continua sendo um instrumento de "guerra" (seja "cibernética" ou "ideológica"), porém isso não impede que ela também seja utilizada como uma ferramenta de participação na democracia, pois a sociedade se desenvolveu ciente dos riscos que acompanham o seu desenvolvimento tecnológico.

Sempre se soube do sistema de espionagem Echelon, e também já se cogitava o fato de que os Estados Unidos monitoravam o tráfego dos dados que circulavam pela rede mundial de computadores, inclusive as correspondências eletrônicas por meio do sistema Carnivore, o qual realmente existiu e deixou de funcionar, mas foi substituído por outra tecnologia mais avançada.

Diante desta realidade, ainda que seja desejável a "neutralidade da rede", trata-se de uma utopia, uma vez que não é possível excluir totalmente os riscos que o ambiente virtual oferece, porém isso não deve ser óbice ao desenvolvimento do governo e da democracia eletrônica, pois, assim como há interceptações ilegais de comunicações telefônicas, também há o risco de monitoramento das correspondências eletrônicas.

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